Soneto Desqualificado

Se não sabe o que penso, então leia o que esqueço.
Cada instante que sobra, está preso em meu sempre,
feito a gota que esgota; enfim volte ao seu preço:
Todo aquele em que vive, está mais por seu ventre.

Já não tenho outra vida, a não ser de outro ponto,
posto em tempo de sobra, em mais sombra que posso.
Tenho um sonho na chuva, assim tal qual meu conto,
Tão sem graça e sem sal, patê fino em que é nosso,

tudo aquilo ou em grama, e o quilo é um cem tapas.
Sendo um quarto de nada, eu não tenho outra veste,
nem tão pele ou passado, eu não perco estas capas,

sol mais quente perdido, aqui escorre a tal peste,
vaga um leito na escada, eu não sei mais tão trem:
já que aqui nada escapa, ou se quer cresce um bem.
Amargo
Enviado por Amargo em 14/05/2011
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