Passa turv’à poeira deste dia
Passa turva à poeira deste dia,
que as da terra co vento se moldaram;
às flores co'às luas acabaram,
incansável se fez à nume, e fria.
Passo’o tempo, passou à única alegria,
mores cousas em menos se findaram;
as rijas esperanças se cansaram
da vida o sofrimento, ou nostalgia.
Faz à sina seu tempo, já contado;
à história, talvez, cometa enganos
desta terra que nos há bem formado.
Venturas, meses, ou cotidianos
fazem-nos perceber que alguém amado
nos espera e nos deixa, com’os anos.