Soneto sem Som
Tem um verso escondido e sem medo,
tão segredo, tão triste é um ateu.
Não é meu não resiste é brinquedo,
bem tão cedo é um sentido tão seu.
Vejo um breu; coração, não existe,
mas assiste a alguém mais perdido.
Trás ferido, seu bem, reconquiste:
Tejo aviste, e então, se agredido,
Diz no ouvido que a paz, vai além.
Só não vem de um cortejo e sermão;
dó, que em vão eu velejo, e porém,
quis um trem que aliás meu brasão,
mui caixão, num só nó, que manejo,
fui solfejo, em raiz, só um ruído.