Soneto sem Som

Tem um verso escondido e sem medo,
tão segredo, tão triste é um ateu.
Não é meu não resiste é brinquedo,
bem tão cedo é um sentido tão seu.

Vejo um breu; coração, não existe,
mas assiste a alguém mais perdido.
Trás ferido, seu bem, reconquiste:
Tejo aviste, e então, se agredido,

Diz no ouvido que a paz, vai além.
Só não vem de um cortejo e sermão;
dó, que em vão eu velejo, e porém,

quis um trem que aliás meu brasão,
mui caixão, num só nó, que manejo,
fui solfejo, em raiz, só um ruído. 

Amargo
Enviado por Amargo em 21/05/2011
Reeditado em 21/05/2011
Código do texto: T2983380