VERMES

Devoram vísceras famélicas amebas

de aleivosias e torpezas dos humanos.

E se aniquilam por tesouros, posses, glebas,

uns sobre os outros, vão, se engolem vis, insanos.

Espécie humana, seus detritos crus, seus sebos,

viscosidades que enodoam mundo em danos...

Ante as fortunas, tal primatas, doidos cebos,

gritam, se mordem a domarem os mais lhanos.

E são capazes, esses vermes da ambição,

de até comer dejetos, fezes, boca ao chão,

por um dinheiro a mais, vorazes oxiúros.

Biltres, abutres, que só vivem por cifrões

das falcatruas que se fartam nos porões

onde demônios amordaçam os futuros.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 25/05/2011
Reeditado em 06/09/2016
Código do texto: T2991679
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