Fazem brilhar as águas deste rio
Fazem brilhar as águas deste rio,
que as do céu e d’Universo se formara;
o campo florescido qu’encantara
agora tornou-se o frio, e vazio.
Senti o Verão, senti o forçad’Estio,
que umas cousas por outras se trocara;
as lufadas lembranças que marcara
da vida foram ao mundo, ou ao sombrio.
Faz o temp’o seu mudo, já sabido;
à vida, mais confus’agora, insulsa
é mistério de um nó purificado.
Paixão, momentos, e amor e partido
fazem com que nos lembre à vid’aguça
que tínhamos com tal viver sagrado.