Cegos da Alma
Cegos da Alma
Para quem faço meus versos, oh surdos
Da insensibilidade? Cantar a alma,
O fervor, a explosão, a calma,
Qual loucas sinfonias para surdos
Há de valer a pena? A poesia
Trabalhada em gotas transparentes.
Quem sois vós porquanto diferentes
Que não percebem a bela fantasia
Dos caros sonhos, dos amores meus!
Quem sois vós absurdamente surdos
Mudos a claros sentimentos puros!
Impossibilitados de entender,
Sois cegos de olhar e de não ver,
E não capazes de tocar a Deus.