MEU SER


Eu que pelos vastos ermos da saudade
Verto rios de ternura em laivos quentes
Quisera abrir essas portas da verdade
E mostrar esses meus lábios sorridentes

Mas um nimbo de tristezas me encobre
Na obscuridade que sufoca minha alma
E escuto bem distante, um triste dobre
E no instante escondo o rosto na palma

Eis-me aqui, Senhor, eu te procuro
Neste vazio que se tornou obscuro
Neste escuro onde a alma transborda

E me vejo no abismo vão das ânsias
No mesmo enigma das vis distâncias
Enquanto o pranto na face se borda.