Soneto à uma Chama

Certa vez, nasceu num homem, uma chama

Em sua testa ela ardia e crepitava

E o homem deitado em sua cama

Sem poder dormir, se revirava

Alí, como uma brasa que se inflama

Aquele fogo inconspícuo, estalava

Como uma dor, no peito de quem ama

Alí a sanidade, como um cigarro ela queimava

Certa vez, este mesmo homem, já cansado

Não dormia, não sonhava, não sorria

Optou pela clemência dum revolver prateado

Aquela criatura já anestesiada de agonia

Ergueu a fria arma ao seu crânio malfadado

E se perguntou, se a morte, melhor sorte lhe traria

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 29/05/2011
Código do texto: T3001864
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