A espera
A Espera
Qual destas mortes a espreitar-me no caminho
De uma jornada sem motivo sustentada?
Aquela calma e salutar de um passarinho,
Ou uma outra de uma gente assassinada?
Qual negra morte observa em cada esquina,
A ironizar da incerteza que entristece,
Ao perscrutar no limpo céu a triste sina,
O pobre espírito do Homem que padece?
Quando vier que cedo logo se apresente,
Sem fingimento, disfarçada, indiferente,
Quando chegar que se instale sem demora.
Pois que o momento conformado da partida,
Foi aguardado, cortejado, em toda vida,
Nesses minutos do bater de cada hora.