Desamor
Desamor
Pressinto a morte que há de vir um dia,
A espreitar-me em teu sutil descaso.
E pouco a pouco, antes longínquo, o prazo,
A encurtar trazendo a laje fria.
Eu me afugento ou me abandono a ela!
Resistir ao encontro destinado
É mal pior que a teu olhar deixado.
Lembro ainda que tu eras tão singela.
Hoje um passo, outro passo me aproxima
Incondicionalmente bem acima,
Da escolha de um caminho que não traço.
Vejo a vida fluir tranquilamente,
Desabando a cada hora inutilmente,
Incondicionalmente passo a passo.