QUE VÉUS OCULTAM-ME A FACE?


Que véus níveos ocultam-me a rubra face?
Que turíbulos de ventura se incendeiam?
Como se um matiz de claridade me bastasse...
Lágrimas cristalinas em meu rosto serpenteiam...

Em febris ondulações vão se esvaindo
E lavando a minha alma quando choro
Orvalhos de emoções puras vão caindo
Enquanto por um feixe de lírios, imploro

Ao meu ser imaculado eu canto ainda
A mais sonora melodia, doce e linda
Para afugentar-me deste rústico engano

Mas meus dias estiveram assim contados
Como contos de ventura entrecortados
Pelos gritos deste amor em ser insano!