Bailarina indiferente

Desapegada, insensível, profunda como o inferno!

Observo-a do poço de emoções que ela sublima

Observo-a dançar sozinha, aqui de cima

No mais profundo silencio de início de inverno

Trabalha numa construção de sonhos erodida

Fruto de cada ânsia e cada medo da mente dela

E quando não resisto, e chamo por ela

As vezes nem me ouve, distraída

Dançam-lhe nas costas os longos cabelos

Numa frenética harmonia ardente

Enquanto o frio me eriça os pelos

Eu aqui, me resumo a observar silente

Paciente como um colecionador de selos

As idas e vindas de uma bailarina indiferente

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 03/06/2011
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T3010979
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