Abandono

Clamando estou por teu amor e nada

Vem socorrer-me, só essa dor atroz,

Usurpa-me a alegria, rouba-me a voz,

Faz-me refém mudo da madrugada...

Chega-me enfim a clara luz da alvorada,

Penso então: Livrar-me-ei do vil algoz!

Mas seu gládio é mais forte e mais feroz

Que minha pobre vontade alquebrada...

Trilho n'ocaso a merencória estrada

Que me conduz aos portais do anoitecer

Na luz difusa d’uma tarde acinzentada...

Hora alta... Novamente jaz debruçada

No frio leito da madrugada a desfalecer

Minh’alma triste a clamar, abandonada...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 18/06/2011
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T3042036
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