Devastador
Meus olhos rasos de chorar a despedida
Já se perderam pelas brumas da tristeza,
Jaz minha mente atrelada à estreiteza
Que acometeu a mim após tua partida.
De coisa alguma eu posso ter certeza
A não ser da morbideza em minha vida,
Nenhuma delicadeza me é querida
Desde que te levou a vil correnteza
Do insidioso rio lúbrigo d’afoiteza
Que passa hoje qual lúgubre cantiga
A recordar-me ignomínia e torpeza...
E a dor imensa que meu peito ora abriga
Só me culmina de gritante aspereza
Por permitir-me, sem queixas, à tua vileza...