Devastador

Meus olhos rasos de chorar a despedida

Já se perderam pelas brumas da tristeza,

Jaz minha mente atrelada à estreiteza

Que acometeu a mim após tua partida.

De coisa alguma eu posso ter certeza

A não ser da morbideza em minha vida,

Nenhuma delicadeza me é querida

Desde que te levou a vil correnteza

Do insidioso rio lúbrigo d’afoiteza

Que passa hoje qual lúgubre cantiga

A recordar-me ignomínia e torpeza...

E a dor imensa que meu peito ora abriga

Só me culmina de gritante aspereza

Por permitir-me, sem queixas, à tua vileza...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 18/06/2011
Reeditado em 18/06/2011
Código do texto: T3042037
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