Ode ao sadismo

Engula, querida. A brasa do cigarro que apaguei na tua mão. E não reclame, meu bem, que o gosto é ruim.

Pois o amor não é a única droga que te amarga a boca.

Respire fundo. Sente o cheiro do chão sujo?

É por que nós nos deitamos nele ontem.

Imundamos tudo ao redor conosco.

Percebe que nós nos apegamos ao que faz mal?

Você vive por mim e eu vivo para te machucar.

Aonde estão seus cabelos, sua pele clara, sua alma limpa?

Não, não chore.

A lágrima deve ser tão doce que te consumirá por inteira.

E eu não vou evitar que você caia no asfalto.

Pelo contrário, amor da minha vida, pisarei em cima.

E você se levantará e me dará um beijo longo

Antes de eu te arrancar a língua.

Talita Tonso
Enviado por Talita Tonso em 19/06/2011
Código do texto: T3045144
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