Ode ao sadismo
Engula, querida. A brasa do cigarro que apaguei na tua mão. E não reclame, meu bem, que o gosto é ruim.
Pois o amor não é a única droga que te amarga a boca.
Respire fundo. Sente o cheiro do chão sujo?
É por que nós nos deitamos nele ontem.
Imundamos tudo ao redor conosco.
Percebe que nós nos apegamos ao que faz mal?
Você vive por mim e eu vivo para te machucar.
Aonde estão seus cabelos, sua pele clara, sua alma limpa?
Não, não chore.
A lágrima deve ser tão doce que te consumirá por inteira.
E eu não vou evitar que você caia no asfalto.
Pelo contrário, amor da minha vida, pisarei em cima.
E você se levantará e me dará um beijo longo
Antes de eu te arrancar a língua.