Falsa, senhorita!
Muitas palavras jogadas ao vento,
Fala de pureza exagerada, aflita,
Muito blá blá blá e pouco assento...
Pareces-me mais é falsa, senhorita!
A te fazeres de casta, desacredita,
Solenemente, usas do fingimento;
Vem-me, de estalo, o pensamento:
Pareces-me mais é falsa, senhorita!
E de quando me reviste, naquela esquina,
Fingiste tamanho carinho e tal simpatia
Que imaginei a princípio: Ela é bonita...
Recorrer no erro não há de ser minha sina,
Pois que vejo, agora, o que outrora não via:
Pareces-me mais é falsa, senhorita!