Adrede

Sigam-me os bons! Sigam-me os maus! Sigam-me todos

Que não façam idéia do que são as idéias,

Pronomes, prolegômenos, prosopopéias...

Siga-me se acreditas que ignorantes fomos

Outrora e mais felizes e que ainda somos,

Mesmo não sendo nossas vidas epopéias,

Mesmo que sejam nossas fracas teias,

Transmutáveis, finitas, sem alma, sem cosmos...

E se de mim duvidas, não acreditas, siga-me

Também, melhor ainda! Duvidemos juntos

Da tese que ditou que há progredir no mundo!

Da natureza cada amor que tu subtrais

É porventura. Convenhamos, animais,

Não mais, somos. A vida, afinal, é intriga...

Cirilo
Enviado por Cirilo em 29/11/2006
Reeditado em 28/10/2015
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