Adrede
Sigam-me os bons! Sigam-me os maus! Sigam-me todos
Que não façam idéia do que são as idéias,
Pronomes, prolegômenos, prosopopéias...
Siga-me se acreditas que ignorantes fomos
Outrora e mais felizes e que ainda somos,
Mesmo não sendo nossas vidas epopéias,
Mesmo que sejam nossas fracas teias,
Transmutáveis, finitas, sem alma, sem cosmos...
E se de mim duvidas, não acreditas, siga-me
Também, melhor ainda! Duvidemos juntos
Da tese que ditou que há progredir no mundo!
Da natureza cada amor que tu subtrais
É porventura. Convenhamos, animais,
Não mais, somos. A vida, afinal, é intriga...