BÊBADO
BÊBADO
Incrivelmente bêbado, seguia
somente conduzindo uma saudade,
as lembranças de sua mocidade,
seus mistérios de amor e fantasia.
Tropeçava no pranto e maldizia
a vida à margem da sociedade.
Buscava na bebida a qualidade
que sóbrio certamente não teria.
Queria ser um mágico poeta,
andar igual à nuvem que flutua.
Faria tudo pela sua meta,
conquistaria o céu, o mar, a rua.
Mas tinha uma vontade mais concreta:
sugar os seios pálidos da lua.