Soneto de Alguém sem Rumo.

Sopro as bolhinhas de sabão, amor.

Elas irão pro mar azul, senhor,

Buscar nos olhos de paixão, ó flor,

A minha cura de você, má dor.

Vou até meu céu de pesadelos, gata.

Roubar vestígios meio cinzas, pratas,

Daquela hora meio crua, farta

Deixada ao léu pelo seu véu, pirata.

Corro entre os braços já perdidos, mortos,

Buscando alguém para essa noite nua.

Faço uma reza, pego a vela... morro.

Olho alguns anjos esquisitos, tortos

Rindo da alma já surrada e mua,

Que vai voar até gritar... socorro!

Assis William
Enviado por Assis William em 08/07/2011
Código do texto: T3083364
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