Soneto do primeiro amor

Herculano Alencar

Guardo uma velha rosa ressequida

dentro do meu soneto mais antigo,

como prova da noite que, contigo,

eu colhi a primeira margarida.

A lua, qual menina preterida,

de cúmplice tornou-se testemunha.

Sabia mais de mim do que supunha,

soubesse eu da minha própria vida.

Hoje, ao escrever este soneto

feito em menção de ti, eu te prometo

deixar teu nome escrito junto ao meu.

Deixar a velha rosa na saudade

e descansar, por toda a eternidade,

à sombra de Eurídice e Orfeu.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/07/2011
Código do texto: T3094260
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