CERRO COM FLORES...

Esta agonia, este torpor em que me quedo,

a desolação e o desprazer que me tolhem

deixam-me num labirinto que me faz medo.

São ais e dores que em mim se acolhem...

Cerro com flores as portas do meu segredo,

onde pássaros feridos param e se recolhem.

Mas sinto que p’ra cerrar portas ainda é cedo,

tal como sei que essas horas não se escolhem!

Nestas vagas de incerteza em que me debato,

neste mar de sonhos e desejos em que nado,

todo o meu ser...tudo em mim, eu arrebato...

E este meu Eu...tão carente e desirmanado,

alimenta quereres e vontades, sem recato.

Mas tudo é nulo...Sou um ser desanimado!...

HELENA BANDEIRA
Enviado por HELENA BANDEIRA em 06/12/2006
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