Maldita Realidade...

Quisera ainda te fazer, de mim, lembrar,

Me achar, não ser essa desconhecida

Que dizes não reconhecer, e nem, situar

Nos meandros da tua mente enfraquecida...

Quisera ainda por minutos te encontrar,

Feliz, realizada, de bem com a vida,

Mas a fatalidade veio te rondar,

Pelo Alzheimer, foste escolhida...

Tua mente ele destruiu com crueldade

Já não lembras mais da nossa amizade,

Hoje, tu não sabes mais quem eu sou...

Que terrível sina, maldita realidade,

Quando te abraço com minha saudade,

Só um triste vazio, no teu olhar, restou...

(Escrevi este soneto, ontem a tarde, após

voltar de uma visita a minha amiga Mada, com

alzheimer...triste demais!)