LIRA
De súbito o silêncio sideral
que penetra, qual eco pelo monte,
pelos poros da gente que, defronte,
se defende, medrosa desse mal
que alastra pelo Cosmos virginal,
é quebrado em acordes duma fonte
jorrando melodias pela fronte
duma lira de poeta ou boreal.
Já soltos, arrancados, esses sons
que perduram no eterno em vários tons
e transportam ao mundo uma mensagem,
conseguem penetrar em qualquer mito,
empurrando pra lá desse infinito,
mostrando ao Universo a sua imagem.
Sintra, 05/10/2006