LIRA

De súbito o silêncio sideral

que penetra, qual eco pelo monte,

pelos poros da gente que, defronte,

se defende, medrosa desse mal

que alastra pelo Cosmos virginal,

é quebrado em acordes duma fonte

jorrando melodias pela fronte

duma lira de poeta ou boreal.

Já soltos, arrancados, esses sons

que perduram no eterno em vários tons

e transportam ao mundo uma mensagem,

conseguem penetrar em qualquer mito,

empurrando pra lá desse infinito,

mostrando ao Universo a sua imagem.

Sintra, 05/10/2006

António CastelBranco
Enviado por António CastelBranco em 07/12/2006
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