Soneto n.218
ENCANTADO



Meus olhos captam lembranças,
compondo um antiquado retrato,
de quando éramos mais crianças,
de quando tudo era mais inexato.


Exato é o tempo (e suas mudanças)
no passo a passo que não combato,

e só recupero algumas esperanças
no laço que ora eu solto, eu desato:

Roda, ioiôs, cordas, bolinha-de-gude
hoje perderam seus fãs - e o espaço
que, rude, se torna apenas inquietude.

Entanto, eu olho meu neto aqui, ao lado,
e esse meu pranto brevemente desfaço
diante do mel de seu sorriso
encantado!

Silvia Regina Costa Lima

15 de julho de 2011


Para Noah, com meu amor.

SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 29/07/2011
Reeditado em 10/03/2018
Código do texto: T3125904
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