Anjo Marmóreo

Regressei à Necrópole outra vez

Para rever o egrégio monumento,

Daquele prístino anjo macilento

Que jaz em tumulária soturnez.

E olhando aquele fúnebre moimento,

Que o tempo recamou de lividez,

Eu tive a sensação de ver, talvez,

Teu vulto que passava desatento...

No fim dos corredores tumulares,

Dava-se a murmurar em meio aos ares

A tua voz em um rumor distante;

Mas, enquanto eu, absorto te escutava,

Aquele prístino anjo me fitava,

Como se fosse o teu próprio semblante!

01 de Agosto de 2011

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 02/08/2011
Reeditado em 03/08/2017
Código do texto: T3134436
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