CACTO TRISTE

Nasci no meio do cacto

Áspero, bem espinhoso

Vi o mundo, fiquei encantada

Depois sofri, foi doloroso

O cacto virou uma flor

Sozinha, amparada nas pétalas

Virei poesia, água límpida

Sozinha e triste aqui estou

Aprecio infinita beleza

Tenho no coração muita pureza

Penso nas dores, amores

Escrevo com sutileza

Crio sonetos, tantos

Meio tímida, enxugo meu pranto

07/08/2011.

José João da Cruz Filho

Nasce no serrado quente, sol ardente, um cacto.

Entre espinhos se cria e cresce /

Sofre no calor escaldante, mas se faz vida /

Se faz gente, se faz anjo, se faz mulher /

Entre dores e solidão se faz verso /

Se faz a poesia do campo mais pura e bela /

E como tanto vive a produzir encanto /

Flor, talvez regada com seu próprio pranto.

José João da Cruz Filho

31/08/2011.

Esperança Castro
Enviado por Esperança Castro em 07/08/2011
Reeditado em 02/07/2021
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