EPICENTRO

Aos ventos, aves esvoaçam suas asas

pela fumaça das queimadas das florestas...

Bocas de fogo comem folhas indigestas,

estorricadas, sob os dentes destas brasas...

E as aves não conseguem mais sugar os ares

e perdem forças em seus voos quase mortos;

tentam desvios, acidentes torpes, tortos,

até morrerem com bloqueios pulmonares.

Aves se ardendo às labaredas rudes, loucas...

São meus conflitos que me berram vozes roucas

e que emudecem e ensurdecem a alma e cega...

Eis as imagens que estremecem aqui dentro

deste poeta fervilhando no epicentro

do terremoto de emoções ao qual se entrega.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 13/08/2011
Código do texto: T3157182
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