Soneto de coração que se revela
E o coração se manifesta apenas quando o calar-se
prescindia... sentia o calar-se a fugir de mim
Dizer o que nem me tinha no amor encontrado jeito
E nem mais amor e nem mais dúvida! Encontro fim!
O coração, esse mal errante que se faz inóspito e faz
Desfaz a covardia há tanto guardada, se rebela
Entrega-se... desvenda o segredo guardado com tanto medo
e pejo... no beijo que lembro e por lembrar me regenera!
Esse que te tenho, sentimento estranho, eu já conheço
Te contei diante do teu silêncio e do verbo dos olhos
Me entrego! Te segredo onde mais me perco!
E o pobre coração acorajou-se em tamanha valentia
E não mais mentia! Se fez revelar o mistério guardado
o pecado! justamente quando teu novo silêncio exigia cuidado!