CORRENTEZAS

Mergulho nos cálidos rios da vida...

E as águas que bailam diante dos olhos

me embaçam na ausência de afagos eólios,

pulmões e emoções em angústia incontida...

E os rios se embalam em doida partida,

ferindo meus feros perfis nos escolhos...

Comendo o vazio dos meus monopólios

nas brutas cascatas da edaz despedida...

Em tais correntezas, os sonhos me somem...

Aos golpes dos conhos, as dores os comem...

Entregues a incertos desvios, destino...

E nas corredeiras velozes, em sanhas,

perdi as orquídeas das minhas entranhas

floridas nas margens de um rio menino...

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 26/08/2011
Código do texto: T3182960
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