RENASCIMENTO

A manhã põe a cara na janela

a preguiça matinal, candidamente,

encontra um sol esguio, incongruente;

o dia deslumbrante se revela.

A rua está deserta, ainda é cedo,

brinca de correr a luz-menina;

um anjo azul apaga a lamparina

que à noite, sem querer, queimou-lhe o dedo.

As coisas se preparam para o dia,

mãos que se ajustam, mãos marcadas;

consome a alma (cabe nestes versos?)

olhar o mesmo céu o tempo inteiro.

No entanto que prazer sentir de novo

no ar deste manhã o mesmo cheiro.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 07/07/2005
Reeditado em 27/09/2005
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