EXÍLIO DE EMOÇÕES
Apunhalámos os desejos. Condenados
Com sadismo, com raiva e agonia
Sem consciência nem tréguas. Quem diria
Que os espinhos florescem mutilados?
Desembarquei em ti. Assassinado
Sem revolta! Sem ódio. Em vida
Incendiado por dentro, alma ferida
Ao sabor do teu sorriso deportado.
Amputámos as pernas da vontade
Executámos a razão ao anoitecer
Quando mais não líamos que a verdade
Procurámo-nos demais, até doer
No exílio, na demência, na saudade
onde tudo vale... Até morrer!
autor: Josalvespt