Desesperado Enredo

O Céu chora... Chora um amor perdido

Cada afável lágrima se assemelha à minha dor

Que nos braços de outro se fez amor

E dos meus braços arrancou o amor ferido!

Amor ferido? Por ventura acaso ouço um gemido

E descubro que no fundo da alma há um temor

De não ser amado, como se deve, com ardor

E se deixar desfalecer num mar temido...

Como dói, Jesus, olhar a minha cruz examinada

Pelas mãos de quem, de mim, se aproveitou...

De certo modo aproveitou... Não tirou nada!

E, mesmo à insana desventura, me beijou

O Cristo, que de cada prego me limpou

E afagou minha alma, um dia, abandonada.

Hilton Luzz
Enviado por Hilton Luzz em 29/08/2011
Código do texto: T3188869
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