Espírito Ferido

Meu riso ri o sabor de um amor perdido

Como uma culpada alma sem Deus, vazia!

Se esconde no inferno interior de que um dia

Pôde ter, pelos pecados apalpados, já morrido.

E me bate à face em meu rumor ferido

Pelas lágrimas de sangue que de mim caía

A desfiar meu corpo que morreu em sabedoria

De amar o amor que me matou enternecido!

Morri... de fato! Mesmo ao sol, refém, sedado

E me vi passar, pesado, pelo triste infinito...

O de amar, amar, amar e de coração contrito

Acalentar o vento, mesmo são, apaixonado,

E sofrer minha tênue alma como vil bendito

Que consome até o ínfimo de mim embrigado!

Hilton Luzz
Enviado por Hilton Luzz em 29/08/2011
Código do texto: T3189463
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