A Morte

A noite fria enregelava o negro lago

de nenúfares obscuros e contorcidos,

gemeu a dor incontida dos desvalidos

que não lograram perceber o sombrio afago

da mão descarnada e implacável da morte

que tremulou seu denso manto nos ares,

consagrou sua foice em soturnos altares,

fez do sono eterno, seu príncipe consorte...

Ah! Não sentem quão indecifrável é tal sorte!

Não sabem seus corpos há muito esvaecidos,

tragados no breu dos sepulcros enegrecidos...

Onde reina perene, a dama dos adormecidos

a buscar, incansável, as almas dos escolhidos

sem compaixão ou piedade que os conforte...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 30/08/2011
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T3190183
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