Diariamente

Abriram-se as portas: vi o Colosso,

E sentado em rubro trono, lá estava

Aquele que já não me atormentava,

Pois que o medo, agora, já me era insosso.

Ao chegar, porém, notei o alvoroço

A empurrar-me às chamas: eu estava

No limite de onde escorria a lava

Que revolvia aos pés daquele moço.

E, assim, possuiu-me a agonia...

Tateava à procura de mortais;

Quis morrer! Preferi ter sido aborto!

No Inferno, o fogo arde todo o dia...

O Diabo é o ser que mais tem paz:

Não há morte para quem já está morto.

Preto
Enviado por Preto em 31/08/2011
Reeditado em 30/05/2014
Código do texto: T3193404
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