XX LVII

Se vais mesmo embora do meu rumo torto,

Eu peço que não prolongues meu tormento,

Mais que a tua falta dói o sentimento

De que nosso Amor será, tão cedo, morto...

Prefiro que vás e encontres teu conforto,

Já que junto a mim só viste sofrimento

E que não enfrentas culpa como enfrento,

Parte... Não esperes... Deixemos absorto

Esse sonho tão complexo que sonhamos...

Desperta, querida!... Repara onde estamos:

Perto, mas distantes, como o mal e o bem...

Que arrependimentos não existam mais,

Que esse Amor, aos poucos, esqueça aonde vais

Deixando-te livre para amar alguém...

Maurilo Rezende
Enviado por Maurilo Rezende em 01/09/2011
Reeditado em 20/06/2019
Código do texto: T3194725
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