Giração *
(Para a III Antologia dos Confrades da Poesia)
O mundo gira e gira que, excessivo,
Sussurra o seu triunfo. Posso vê-lo
Ao sol, prender-se a um fio, rodar passivo.
Minhas mãos sem jamais poder detê-lo.
É noite no universo paralelo.
Os dias siderais viram granizos
Ferindo o chão explodem em farelos
Quem pode suportar os prejuízos?
Tudo é ordem e o caos guarda o ninho.
E, sobre mim recaia um dia calmo
Como trágico herói que eu me adivinho,
A um passo de tocar no firmamento
Aquele, na extensão, não mais que um palmo
Que escapa do meu próprio pensamento.
Canoas, agosto de 2011/RS