KOAN

Esvaziado o pranto, outrora sempre aberto
Trazido este silêncio, surdo, quieto
Somente o ar, carícia, brisa quente
A luz, a árvore, a água e os nutrientes

Um pássaro a cantar, um velho monge
Levando a dor de perto pra tão longe
E consequentemente o grito ecoa
E inesperadamente desce a garoa

Distante, uma arma quente detonada
Com toda sua potência deflagrada
E toda a sua balística invasiva

Sem manifesto à consciência coletiva
Atemporal, acrônica, corriqueira
A paz, magnânima, reina verdadeira

Osvaldo Brito