AGONIA A PORTA DO SANTUÁRIO
Certa vez eu vi dormindo
na calçada da capela um peregrino
um convite vem da torre toca o sino
uma vida no abandono suprimindo
os olhos de repente vão se abrindo
olhar triste me chama de patrão
comprimento com um aperto de mão
percebo suas forças se esvaindo
A sua face, sem brilho descorada
na bagagem uma lona e uma caneca
seu peso leve comparado a uma peteca
vento que sopra a sua trilha sonora
Fiéis prostam ali diante do sacrario
adoram o Deus vivo onipotente
não percebem que um pobre inocente
agoniza á porta do santuário
O que anda roto, não alcança o leme
é invisivel aos olhos fixos no altar
que espera o Cristo vivo partilhar
ignora aquele que chora e geme...