Vivo a tentar riscar-te um soneto
Algum que se faça belo e perfeito
Algum que jamais tivesse sido feito
Para poder, como uma dádiva, te doar

Nele eu poria a Lua e o firmamento
Arrancaria a amargura ou o tormento
Eternizaria a fugacidade do momento
Ansiosa que estaria para te presentear

E quando lesses, enfim o soneto escrito
Teu coração, quiçá, não contivesse o grito
Transformado em sussurro a me acalmar

Pois a ti, meu amado, eu daria minha alma
Para que descansasses em mim a tua calma
E essa doce clareza de me encontrar...