Necropsia XIX

Amante funérea, porque estas morta?

Ao ver-te no jazigo deitada e eterna

Então lívida, linda a agora absorta

Nas trevas mergulhastes a caverna.

Mulher de muitos homens o que importa

Jaz na escuridão do abismo materna

Fera em vida, vítima depois de morta

Uma luz argêntea invade tua caserna.

Febres de lebres que correm contra ela

Nas múltiplas dores de uma perdição

Nos pedaços de um pobre coração.

Infestam teu ventre vermes que fremem

Nas cavas insetos imundos premem

Frio tumular que acompanha a danação.

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 24/09/2011
Reeditado em 24/09/2011
Código do texto: T3238070
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