CORRINHA

Eu te vejo olhando a primavera

que te faz tão bonita e tão amena

na ilusão que te faz bela e sincera

na fagulha de amor que é tão pequena!

Tua noite me brilha assim tão fria

como sol que me toca na tristeza

na beleza que sente num só dia...

Como é inconstante a natureza!

No eterno fustigo de um verão

e a beleza que tens é um abono

que da morte me leva ao inverno...

Não existe orvalho em meu mourão;

vivo sempre em meu ser eterno outono

que me joga e me tira de um inferno.