NÍVER
Vinte e dois de dezembro! Mais um ano
Pela ampulheta o tempo logo escorre.
Mais um sonho se acaba, soberano,
E uma nova esperança, triste morre.
O tempo passa e deixa o desengano
Como ressaca de tremendo porre.
As ilusões se vão num mar insano
E não há o que fazer! Ninguém socorre!
E vemos, tristes, com um certo enfado,
Reminiscências do feliz passado
Enterradas nas cinzas da saudade!
E querem que eu assopre uma velinha
Sobre o bolo da vida, tão curtinha,
Enquanto aumenta mais a minha idade!!!