Uma chuva forte titila no telhado
Cá dentro encolho-me, pois faz frio
Os meus olhos buscam ermos no vazio
O vulto lúgubre de um ente amado
 
O coração bate, no peito, apressado
Lágrimas fluem em vertentes, como um rio
Aprisiono em mim, a paixão, o gozo, o cio
A solidão mantém meu corpo enclausurado
 
Mas de viver vazios meu amor está cansado
E o Sol me desafia a enxergar meu brio
Amanhece... E o travesseiro abandonado
 
É testemunha de mais um dia acanhado
Em que desperto para ver se concilio
A minha escuridão... E esse céu tão azulado...