O VENTO

Rápido, rútilo, ríspido

Rompe rindo a relva rala

Rasga o sonho roto, insípido

Retine, retumba, resvala.

Refulge rubro no céu esplêndido

Rompendo a noite em sua malha

Raios riscam o riso mórbido

Rastros de luz o vento espalha

Recusam restos de um rio morto

Reduz-se a sombra a um reles ponto

Rasteja a alma no corpo pútrido

Refaz-se a vida de um anjo torto

Repondo as frases de novo conto

Repõem-se as garras de um mundo sórdido.

henrique ponttopidan
Enviado por henrique ponttopidan em 06/10/2011
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