Anelo
Ah! de um tempo imêmore remonta
sua saudade de ser estrela
de passar o poeta a entretê-la
da madrugada nua à aurora tonta.
E se a dor do abandono e da afronta
noutra noite a pasmasse na janela
se não à estrela, choraria à vela,
na pedra fria ou varanda absconsa.
Ah! Poetas e noites, madrugadas
todos padeciam de amor ao vê-la
e a mulher ciente de ser amada
indiferente a tudo o que nela
é lira súbita e enluarada
encantava o casto, incauto e sentinela.