O Osteodermo

Há uma desordem no meu peito. Sei que há

Locais que eu jamais vi: há locais ermos...

Há fossas que abrigam -- em outros termos,

Que sepultam -- quem um dia andou por lá.

Há, pois, uma gruta no vazio -- má

Formação das mazelas: osteodermos

Que protegem os meus pedaços enfermos

Dos fascínios que a vida externa dá.

No meu peito, há brinquedos de um menino

Que percorre o seu mundo em desatino,

Mas se esquece da verdade que o enxágua:

Contemplando as memórias do seu peito,

Está condenado a contorcer-se ao leito

Sendo a vida que se oculta em sua mágoa.

Preto
Enviado por Preto em 07/10/2011
Reeditado em 05/12/2011
Código do texto: T3263628
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