PÂNTANO

Este pântano escuro e sinistro e tristonho

assombrado por árvores secas, moventes,

cujos galhos são braços que esmagam viventes,

cujos troncos demarcam caminho medonho...

Quem se arrisca a seguir os lamentos gementes

que se espalham ao vento a abafar todo sonho

é comido por monstro voraz e sagonho

a espreitar, logo a frente, com féis de serpentes.

Pantanoso cenário, assombrosos gemidos

trucidando emoções, coração e os sentidos,

neste fero destino a pregar-me na cruz...

São imagens dos meus sentimentos sofridos

que comigo se deitam chorando, feridos,

desde que foste embora e levaste-me a luz.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 17/10/2011
Reeditado em 17/10/2011
Código do texto: T3281329
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