FADÁRIO
Segui uma folha sobre um rio,
Ondulando prismas senis.
Seguia livre mas sem arbítrio,
Sob a luz da lua no céu gris
Em certa altura estancou
Atrás de um tronco apodrecido.
Seria ali seu mausoléu?
Este recôndito escondido?
Parei os passos, senti frio
Escorreguei no barranco do rio,
Tantas vidas, agora perdidas
Tantas correntezas e redemoinhos,
Águas turvas de sangue e vinhos,
Já tão cedo mortas e descoloridas.