Arrebol

As luzentes madeixas da dama que se assentava

à cadeira dourada postada defronte à janela,

cintilavam à luz abrangente da tarde amarela

donde o sol, a três quartos de céu, a espiava.

À medida que o sol, lentamente, no céu baixava,

revelava a face da dama, muitíssimo bela!

...E ruborizava, ante a luz rutilante daquela

que mais parecia uma tela onde Deus pintava.

E de pronto, no céu, o rubor do sol s’espalhava...

...No horizonte, uma linha tênue já se alinhavava,

e em filigranas as nuvens bordava, pelas ourelas...

E o sol, desfalecendo de dor e amor, suspirava,

pois que já se fazia poente, e tristemente acenava,

deixando um rastro, iridescente, num céu d’aquarelas...

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 27/10/2011
Reeditado em 05/03/2016
Código do texto: T3301282
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